Segundo, Ivana Mânica da Cruz, biogerontóloga da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) o guaraná guarda propriedades antioxidantes, antiinflamatórias e antitumorais.
Qual o segredo da longevidade? Muita gente busca o elixir da juventude, uma poção mágica, quase um milagre. Será possível mudar nosso destino genético? Cada um de nós tem um mapa traçado no DNA. Mas as pesquisas indicam novas direções e comprovam que a linha da vida pode tomar outros rumos.
Quem não tirou a sorte grande ao nascer, pode sim, contornar a genética. Tudo depende das escolhas. É como se a vida fosse uma estrada com vários caminhos. Atividade física e boa alimentação levam à trilha mais longa. Quem escolhe o caminho contrário, pode terminar a viagem mais cedo.
Para a maioria, os genes representam apenas 30 % da extensão da vida, já os outros 70 % dependem de nós. Quanta responsabilidade em nossas mãos. Nem todos alcançam a terceira idade em tão boa forma.
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“As pessoas comem o peixe tirado do rio e fazem muito exercício. Eles não tem estresse e tomam guaraná. Será que essa é a dieta amazônica da longevidade? Nós estamos em busca disto”, diz Euler Ribeiro, médico gerontólogo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Ivana e Euler são especialistas em longevidade e a cada visita aos voluntários, eles se surpreendem.
“O pessoal se admira que eu ainda consigo ficar de cócoras!”, conta Luiz das Neves, de 80 anos.
Neves se orgulha da façanha. Aos 80 anos, os testes de flexibilidade e força são feitos como se estivessem apenas conversando. Já o teste de memória é mais difícil para o ele, tal como uma oração, ele conta os muitos filhos.
Neves é o retrato do ribeirinho da Amazônia. Ele vive em uma casa com Iracildes das Neves, de 67 anos, há quase 50 anos. A comida é farta: peixe fresco, frutos da floresta e farinha. Para cuidar da plantação, longas caminhadas e muita atividade física. Neves trabalhou a vida inteira no guaranazal da família. Foi isso que chamou a atenção dos pesquisadores: o guaraná. Muito comum em toda região de Maués. Todo dia, assim que acorda, Neves bebe guaraná.
Saúde é o que não falta
“Primos meus que bebiam e fumavam já morreram, tinham a mesma idade que eu. Eu nunca bebi, nunca fumei. Então a pessoa tem que cuidar da vida, eu acho que seja assim”, conta Samuel Levy, de 75 anos.
Até que ponto o guaraná deu uma forcinha aos genes da longevidade da família Levy? Estilo de vida ou destino genético? É o que cientistas estão verificando em um laboratório do outro lado do país. Os exames de sangue, feitos em Maués, estão ajudando a descobrir o que o guaraná tem de tão especial. Da mata lá na Amazônia, as amostras foram para a Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul e os primeiros resultados destes testes são animadores. Eles compararam os idosos de Maués que tomam guaraná, com os que não tomam.
“Tem menos freqüência de obesidade, de hipertensão, colesterol e triglicerídeos altos, tudo isso. Mas será que é o guaraná mesmo? Porque tem um monte de outras coisas
Os testes com os voluntários do Sul mostraram que o guaraná tem mesmo ação antiobesogênica. “O guaraná, assim como outros antioxidantes, como o resveratrol presente na uva e a vitamina C, tem efeitos no controle da entrada da glicose para dentro da célula, que é a primeira etapa para gente se tornar obeso”, afirma Ivana.
Mas, cuidado. Guaraná demais é um perigo, Principalmente para quem tem insônia, ou é hipertenso.
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